O tempo passa de um
jeito estranho quando alguém que amamos vai embora.
Às vezes, parece que
foi ontem; outras vezes, parece que uma eternidade já se passou.
É assim que me sinto
em relação ao meu pai, que partiu há tempos, mas que ainda está tão presente em
minhas lembranças que, por vezes, quase posso sentir sua presença ao meu lado.
Ele sempre foi uma
figura maior que a vida, alguém que preenchia a casa com seu riso forte e sua
voz firme.
Lembro-me das manhãs
em que acordava com o cheiro do café que ele fazia, um ritual que parecia
simples, mas que, para mim, era a garantia de que o dia começaria bem.
Ele tinha esse
poder, de fazer tudo parecer certo, mesmo quando o mundo lá fora era incerto.
Lembro-me das vezes
em que ele me ensinou a andar de bicicleta, sempre paciente, segurando o banco
enquanto eu pedalava desajeitado.
—Você consegue, só precisa acreditar — ele dizia.
E, quando finalmente
consegui, o sorriso em seu rosto era de puro orgulho, como se eu tivesse
acabado de conquistar o mundo.
Ele sempre foi
assim, um misto de firmeza e carinho, alguém em quem eu sabia que podia confiar.
E são esses momentos
que me vêm à mente quando a saudade bate forte, quando a falta que ele faz se
torna insuportável.
Não são as grandes
lições que lembro, mas as pequenas coisas, os gestos diários que, na época, eu
nem percebia o quanto significavam.
A ausência dele
criou um vazio que ninguém mais pode preencher.
Nas datas
importantes, como aniversários ou festas de fim de ano, é impossível não sentir
aquela pontada de dor, aquela sensação de que algo está faltando.
A cadeira vazia à
mesa parece gritar a sua ausência, e as risadas que ecoam pela sala são, de
alguma forma, menos vibrantes sem a dele para acompanhá-las.
Mas, com o tempo,
fui aprendendo a encontrar consolo nas memórias que ele deixou. São elas que me
ajudam a seguir em frente, que me lembram de quem ele foi e do quanto ele me
amou.
Às vezes, me pego
repetindo seus gestos, suas manias, como se, ao fazer isso, pudesse trazê-lo de
volta, nem que seja por um instante.
E é nesses momentos
que percebo que meu pai, de alguma forma, nunca realmente partiu.
Ele está presente em
cada escolha que faço, em cada conselho que dou, em cada desafio que enfrento.
Ele me ensinou mais
do que eu imaginava, e é na ausência dele que compreendo a profundidade dessas
lições.
Sei que ele não está
mais aqui para me guiar fisicamente, mas sinto sua presença em meu coração, em
minhas ações.
Ele vive nas
histórias que conto, nos valores que carrego, e nas memórias que guardo com
tanto carinho.
E, embora a saudade
nunca vá embora, aprendi que ela também é uma forma de amor, um amor que não se
apaga, que não se enfraquece com o tempo.
Então, quando a dor
da ausência se torna forte demais, fecho os olhos e me lembro dele, do homem
que me ensinou a andar de bicicleta, a cantar, a enfrentar o mundo e, acima de
tudo, a amar.
Porque, no final, é
o amor que ele deixou que me faz seguir em frente, mesmo nos dias em que a
falta dele parece insuportável.
Meu pai partiu, mas
as memórias que ele deixou são o meu consolo, minha força, e a prova de que,
enquanto eu viver, ele também viverá.
E isso, eu sei, é o
maior presente que ele poderia ter me dado.
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