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Ele é o tipo de
homem que sempre acha que sabe mais, que sempre tem a última palavra, mesmo que
esteja falando da previsão do tempo ou da melhor maneira de trocar uma lâmpada.
É difícil ganhar uma
discussão com ele, mas, sinceramente, eu nem tento mais.
Porque, por trás
dessa teimosia, há um coração tão grande que parece capaz de abrigar o mundo
inteiro.
Desde pequeno, ele
sempre foi a rocha da família.
Aquela figura
imponente que, mesmo em silêncio, transmitia uma segurança inexplicável.
Lembro-me de como
ele insistia em me ensinar a consertar coisas pela casa, mesmo quando tudo o que
eu queria era jogar videogame:
—Você precisa aprender, vai me agradecer um dia — ele dizia com aquela seriedade
que só os pais têm.
Eu rolava os olhos,
claro, mas seguia suas instruções, porque sabia que, de algum jeito, ele estava
certo.
E, claro, ele
estava.
Hoje, me pego
repetindo seus ensinamentos, resolvendo pequenos problemas com um misto de
orgulho e gratidão.
Mas, se há algo que
aprendi com meu pai, é que ele não é só teimoso em relação a essas coisas
práticas da vida.
Ele é teimoso em
amar, em cuidar, em estar presente, mesmo quando eu não achava que precisava.
Ele sempre foi
aquele que me incentivou a seguir meus sonhos, mas sempre com um pé no chão:
—Vai, mas não se esqueça de onde você veio — ele me dizia.
Ele nunca foi do
tipo de fazer grandes discursos emocionais, mas suas palavras, simples e
diretas, sempre encontravam um jeito de ficar comigo, de se enraizar em meu
coração. E, por mais que às vezes eu quisesse ignorá-las, no fundo, sempre
soube que ele estava me guiando da melhor forma que sabia.
Quando as coisas
ficam difíceis, ele é o primeiro a aparecer, com aquele jeito durão de quem não
quer mostrar preocupação, mas que, no fundo, está sentindo cada problema como
se fosse seu.
E é nesse contraste
que vejo o verdadeiro tamanho do coração do meu pai.
Ele pode ser
teimoso, pode até ser cabeça-dura, mas é no cuidado, no carinho disfarçado em
gestos práticos, que ele revela o quanto se importa.
Uma vez, em um
desses raros momentos de vulnerabilidade, ele me disse:
—Eu só quero que você tenha o melhor, mesmo que às vezes eu não saiba
como mostrar isso.
Foi uma frase que me
pegou de surpresa, mas que fez todo sentido.
Porque o amor do meu
pai é assim, cheio de camadas, muitas vezes escondido por trás de um conselho
teimoso ou de uma ordem firme.
Mas ele está ali, em
cada ato, em cada palavra, em cada olhar.
E quanto mais eu
cresço, mais percebo que herdei um pouco dessa teimosia dele.
Talvez seja por isso
que, às vezes, batemos de frente.
Mas, no fundo, sei
que isso só nos aproxima, porque ambos sabemos que essa teimosia vem de um
lugar de amor, de um desejo profundo de proteger e guiar, mesmo quando o
caminho parece incerto.
Então, hoje, quando
vejo meu pai insistindo em algo, em seu jeito teimoso e determinado, não sinto
mais a necessidade de discutir.
Apenas sorrio,
porque sei que, por trás de tudo isso, está o coração de um homem que me ama
mais do que qualquer coisa, e que faria qualquer coisa para me ver feliz.
Ele pode ser
teimoso, sim, mas é o tipo de teimosia que eu agradeço todos os dias por ter em
minha vida.
Porque, no final, é
essa teimosia que faz dele o pai que eu amo, o pai que me ensinou que o amor
pode ser mostrado de muitas maneiras, até mesmo em conselhos insistentes e nas
pequenas batalhas do dia a dia.
E por isso, sou
eternamente grato.
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